Milho safrinha: os principais componentes de rendimento e como podemos influenciá-los de forma positiva

                      

Você já parou para pensar que a construção da produtividade de uma lavoura é feita por etapas?

Podemos relacionar a construção da produtividade com uma escada, onde os degraus são os componentes de rendimento. Os componentes de rendimento são os fatores que influenciam a produção de grãos por unidade de área cultivada.

Na cultura do milho, os componentes de rendimento são:

  1. População (número de plantas por hectare)
  2. Número de espigas por planta
  3. Número de grãos por espiga
  4. Peso dos grãos

Para o estabelecimento de um estande adequado, destacamos a influência da umidade e temperatura do solo, que irão estabelecer a velocidade dos processos de germinação e emergência, surtindo efeitos na uniformidade inicial da lavoura e na menor susceptibilidade às pragas e doenças de solo.

Em locais sem restrições ambientais severas, o crescimento inicial do milho é acelerado, e a taxa de desenvolvimento das folhas é de aproximadamente 3 dias/folha. Por isso, vale destacar a importância da disponibilidade de nutrientes adequada para suportar as demandas de crescimento vegetativo da planta, principalmente entre V4 e V8 onde o potencial do número de fileiras por espiga e número potencial de grãos por espiga é determinado. Em V4 também teremos o início da diferenciação floral que originará os primórdios do pendão e da espiga. Você viu o quão importante é este degrau para o sucesso da sua lavoura?

Visto a importância do período vegetativo para a produtividade do milho, são muitas as estratégias de manejo para garantir o bom funcionamento desta “fábrica”. Dentre elas, podemos destacar a importância do micronutriente zinco. Apesar das quantidades necessárias de zinco para as plantas serem mínimas, quando comparado ao nitrogênio e potássio, por exemplo, o zinco é demandado em maiores quantidades pelas gramíneas como o milho. Veja só: para uma produção de 100 sc/ha de milho, a cultura extrairá cerca de 300 gramas/ha do nutriente, sendo este, o micronutriente mais requerido pela cultura. Mas afinal, o que o zinco tem a ver com a definição do potencial produtivo da planta? O zinco é requerido no metabolismo do hormônio vegetal auxina, que é essencial para indução da formação das raízes adventícias da planta e no alongamento celular, responsável pelo comprimento adequado dos internódios e, com isso, crescimento adequado de parte aérea das plantas.

         

                

E falando em parte aérea, não podemos esquecer que para garantir o desenvolvimento ideal da cultura, o processo da fotossíntese precisa ser garantido pois graças a ele, a planta produzirá seu estoque de fotoassimilados, responsáveis pelo enchimento de grãos e se manterá ativa para absorver água e nutrientes do solo.

Para a fotossíntese ocorrer de forma plena e, com isso, o acúmulo de fotoassimilados, os fatores ambientais como disponibilidade de água, temperatura e luminosidade deverão estar dentro de uma faixa de suficiência e, além disso, as plantas precisam de um bom equilíbrio hormonal e manutenção da área foliar.

Estudos demonstram que a perda de folhas antes do florescimento afeta severamente a produção. Nesse sentido, o manejo com fisioativadores e aminoácidos também compõe uma estratégia de manutenção do potencial produtivo das plantas.

Outro nutriente que destacamos devido ao seu impacto nos componentes de rendimento do milho é o boro. O boro terá um papel essencial desde os primeiros dias após a emergência, na formação do sistema radicular, passando pela manutenção da estrutura e funcionamento dos vasos condutores e, por fim, garantindo a viabilidade do grão de pólen do milho, que irá determinar o número de grãos real por espiga. Na falta de boro, as espigas ficam mau formadas, com falhas nas fileiras e com os grãos deformados.

           

           

Como escolher um manejo eficiente para fornecimento de fisioativadores e nutrientes, em especial boro e zinco, para sua lavoura de milho:

  1. Mobilidade do nutriente na planta: os micronutrientes têm baixa mobilidade dentro da planta, sendo que o boro merece destaque devido sua limitada movimentação via floema. Por isso, deve-se ser criterioso na escolha das tecnologias a serem usadas no fornecimento de micronutrientes via folha.
  2. Facilidade de aplicação: para garantir a compatibilidade de calda entre os fertilizantes foliares e fisioativadores com os demais produtos e, com isso, ter a segurança na pulverização, deve-se observar a fonte dos nutrientes e o tipo de formulação.
  3. Momento de aplicação: o sucesso da aplicação foliar de nutrientes depende também da fase fenológica da cultura. Os nutrientes devem ser fornecidos próximos ao período em que as plantas são mais exigentes ou que as plantas estejam mais sensíveis às adversidades ambientais.
  4. Características do solo e do híbrido: alguns materiais apresentam maior sensibilidade à deficiência de Zn e B, portanto, nestes casos, esta informação associada ao conhecimento da fertilidade da área deve ser usada para definição do número de aplicações de B e Zn na área.

       

         

Autores:

Bruna Siqueira - Técnica de Desenvolvimento de Mercado da BRANDT Brasil no estado do Paraná.

Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Bruna possui especialização em Solos e Nutrição de Plantas pela USP/Esalq e em Marketing e Acesso ao Mercado pela Conquer Business School.

Gabriel FumagalliTécnico de Desenvolvimento de Mercado da BRANDT Brasil no estado do Paraná.

Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Gabriel possui especialização em Produção Vegetal Ecofisiologia e Manejo de Culturas de Lavouras pelo Intituto INCIA, MBA em Gestão Comercial e Vendas pela UNIVEL e atualmente é mestrando em Agronomia na UEM.